Palmilhas de podoposturologia potencializam o desempenho de atletas

Caminhar e correr são padrões fundamentais do movimento humano. Entretanto, as alterações da marcha e as sobrecargas do corpo sobre os pés podem causar distúrbios ósseos, articulares e musculares, principalmente em praticantes de corrida. “Estes fatores também geram uma predisposição a outras disfunções, interferindo na qualidade de vida dos indivíduos, pois podem ser responsáveis por muitos processos de adaptação da pisada”, explica o fisioterapeuta e professor universitário Dr. José Lourenço Kutzke. O profissional é pioneiro em Curitiba na utilização da tecnologia baropodométrica de análise da pisada para tratamento por meio da podoposturologia – reeducação postural através de palmilhas –, corrigindo a marcha e promovendo o equilíbrio corporal aos praticantes de atividade física.

De acordo com o fisioterapeuta, esses distúrbios ósseos, articulares e musculares são gerados com o objetivo de acomodar as consequências de algumas disfunções corporais, de forma voluntária ou involuntária, sendo o pé um traço de união entre um desequilíbrio, sua origem e o solo. “Os pés se adaptarão sempre para reacomodar o apoio corporal, uma vez que são a base do sistema postural, como também o seu fim”, diz o especialista.

Estima-se que 80% da população apresenta problemas nos pés. Com isso, a avaliação envolvendo equipamentos tecnológicos de análise da pisada tornou-se imprescindível para os atletas na atualidade. É o caso da baropodometria computadorizada, que tem como intuito verificar os efeitos das palmilhas de podoposturologia, que corrigem a pisada e a postura. O método é valioso na prevenção de inúmeras lesões.

“Em função da assimetria da minha pisada, durante anos sofri com a sobrecarga desigual em meus membros inferiores, o que me acarretou lesões mais frequentes à esquerda. Graças ao estudo baropodométrico, consegui encontrar um motivo plausível para o quadro e, ainda, implementar a terapêutica correta”, relata o médico cardiologista Maurício Venâncio Sperandio, de 35 anos, que tem o hábito de correr longas distâncias. “Já tinha consultado outros especialistas e tomado anti-inflamatórios, mas foi com a análise da pisada e o uso das palmilhas de podoposturologia que a minha assimetria melhorou e as dores diminuíram. Agora, tenho mais prazer ao praticar a corrida e mais confiança em relação ao esporte”, comemora.

Para o sucesso no esporte

Estudos científicos revelam que, a partir da avaliação pautada em dados quantitativos por meio da análise baropodométrica, é muito comum a prevenção de lesões em praticantes de corrida de rua, corrida de montanha, como também em adeptos de caminhadas. Na Europa, a técnica da podoposturologia é bastante difundida e tornou-se uma ferramenta importante para o tratamento de distúrbios em atletas de alta performance.

Para o triatleta Fellipe Marmo Gomes Santos, de 22 anos, o tratamento com as palmilhas corretivas de acordo com a avaliação baropodométrica foi de fundamental importância para mantê-lo no esporte. Durante oito anos, ele buscou soluções para uma fascite plantar que lhe causava dores horríveis, sem sucesso. “Depois de usar durante seis meses as palmilhas, as dores diminuíram tanto que já completei mais de dez provas, e acabo de participar do Iron Man de Florianópolis”, revela o campeão panamericano de triátlon (2010). “Além disso, o acompanhamento e tratamento com a podoposturologia fizeram com que eu melhorasse meu desempenho nos treinos e nas provas”, salienta.

Acompanhamento profissional

O exercício físico é comumente associado ao bem-estar dos seus praticantes. Dentre as inúmeras atividades com esse fim, a corrida é uma das modalidades com maior crescimento de adeptos no Brasil, tanto pela facilidade em praticá-la, pelo seu baixo custo, como pelos benefícios que traz à saúde. Por essas e outras razões, a corrida de rua tem se tornado popular em todo o mundo. No entanto, os indivíduos que a praticam, seja no âmbito competitivo ou recreativo, estão expostos a diversos riscos e lesões.

A realização de exercícios de maneira exaustiva, sem orientação ou de forma inadequada, pode contribuir para o aumento do número de lesões esportivas, que estão associadas a fatores intrínsecos e extrínsecos. Dentre os fatores intrínsecos, destacam-se a idade, o sexo, a experiência, aptidão, etc. Os fatores extrínsecos são o uso de materiais esportivos inadequados, falta de fortalecimento específico, treinamento funcional, entre outros.

“A indicação de materiais adequados é fundamental para a boa prática esportiva, como é o caso da indicação de tênis específico por um profissional qualificado, proporcionando qualidade e a melhora na performance do usuário”, alerta o fisioterapeuta e podoposturologista. Conforme Dr. José Lourenço, a escolha do tênis correto é fundamental, pois funciona como um medicamento que, preferencialmente, deve ter uma indicação, para que seu uso não seja prejudicial. “Ao contrário, é necessário que o tênis auxilie no tratamento, bem como previna lesões”, acentua.

A professora de Educação Física e ex-corredora de pista Alina Kawowski, de 43 anos, apresentava uma lesão na panturrilha que reincidiu três vezes, causando sofrimento. “Fiz a análise da pisada, passei a usar as palmilhas e corrigi a biomecânica da corrida. Depois de duas semanas, fiquei com dor no quadril, pois o desvio estava sendo corrigido, mas daí em diante não senti mais nada. Há três anos meu problema foi resolvido definitivamente, melhorando o meu rendimento na corrida”, destaca a profissional.

Além das palmilhas de podoposturologia para a correção da pisada e do equilíbrio corporal, o Dr. José Lourenço recomenda aos atletas e praticantes de corrida a aplicação das bandagens neuromusculares, que podem ativar ou inibir músculos. “Indico também os treinamentos terapêuticos funcionais, com base em análises tecnológicas de avaliação, como a establiometria, que indica as oscilações do centro de gravidade dos membros inferiores e tronco, na busca da simetria do movimento”, finaliza o especialista.

Conheça a função das palmilhas de podoposturologia

A partir da avaliação da pisada por meio da baropodometria computadorizada, somada à avaliação da postura através de software de análise, ao histórico do paciente e testes específicos, são confeccionadas as palmilhas de podoposturologia personalizadas. O material utilizado é o neoprene associado a outros componentes com características físicas que provocam propulsão, absorção de impacto e conforto. No interior das palmilhas são inseridos calços de correção com a finalidade de corrigir as alterações da pisada, bem como tratar alguns problemas pré-existentes como, por exemplo, tendinites, fasciites, fraturas por estresse, hálux valgo, dores nos joelhos e até disfunções mais distantes dos pés, como problemas na coluna e disfunções da mordida (ATM).

Por Lúcia Costa

http://revistacorpore.com.br/materias/medicina/ortopedia/pisada-ideal-a-base-da-vida

Dez dicas ao comprar calçados para crianças

1. Verifique o ajuste dos calçados uma vez por mês.

Uma criança pode superar até três tamanhos em apenas 1 ano. Quando tirar os tênis depois de alguma prática esportiva, verifique se há marcas vermelhas nos pés. Marcas vermelhas nas pontas dos dedos dos pés, podem estar associadas a lesões nas unhas e apontam um sinal de que os tênis estão pequenos no comprimento. Já as marcas localizadas no dorso do pé e dedos podem representar pouca profundidade, e quando o interior ou a parte externa dos pés estão irritadas, os sapatos são muito estreitos.

2. O sapato deve ser cerca de 12 mm maior que o comprimento do pé.

Este espaço extra garante que os dedos tenham espaço suficiente na manutenção do conforto, além de prevenir más formações.

3. Ao comprar o calçado dê preferência para o final do dia.

Neste período os pés estão ligeiramente mais inchados, devido o comportamento vascular, prevenindo, assim, qualquer compressão.

4. Certifique-se que o calçado tem uma sola flexível.

Ao pressioná-lo no chão, simulando uma caminhada durante a impulsão a sola deve flexionar na junção dos metatarsos com os dedos. Evite comprar calçados que dobrem no segmento do mediopé (região do arco).

5. Tênis para prática não precisam ter um drop alto

Quanto menos tiver, mais estáveis e flexíveis serão. Como referência para compra, limite-se a 10mm de altura.

6. Um pouco de amortecimento da sola é útil na idade escolar combinado a prática esportiva.

Enquanto as crianças estão no jardim de infância o amortecimento é supérfluo, pois as forças pressóricas aplicadas aos pés são pequenas.

7. Uma ligeira queda do arco do pé é normal até os cinco anos.

Esta é uma fase normal durante o desenvolvimento da criança. Entretanto, proporcionar maior estabilidade ao tornozelo, bem como sua neutralidade na pisada podem ser estimuladas por meio de palmilhas. Verifique o ângulo formado entre o ponto mais alto de amarração em relação ao solo, sendo indicada uma formação de 45°.

8. Ventilação

Certifique-se de que há ventilação suficiente no material superior, já que os pés das crianças sofrem de grande sudorese.

9. Evite costuras internas

Tente palpar internamente o calçado na procura de qualquer imperfeição ou costuras salientes que possam lesionar a pele.

10. Bordas do calçado

As bordas dos sapatos devem ser bem acolchoadas e não podem permanecer sobre o tendão de Aquiles (estrutura anatômica que une a panturrilha ao calcanhar) ou no tornozelo.

Por Dr. José Lourenço

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Cuidados na prevenção do pé diabético

O Diabetes mellitus (DM) é um relevante e crescente problema de Saúde Pública. Sua prevalência, em particular a do tipo 2, está aumentando de forma exponencial e é mais encontrada nas faixas etárias avançadas, em face do aumento da expectativa de vida e do crescimento populacional. O DM tem como característica provocar inúmeras doenças secundárias. Uma delas destaca-se o pé diabético. Esse fenômeno é provocado pela neuropatia que gera perda de sensibilidade periférica tátil, térmica e dolorosa. As alterações citadas podem determinar lesões complexas que, caso não sejam tratadas, podem levar até a amputação do membro. Ressalta-se que cerca de 10 a 25% dos portadores de DM acima de 70 anos desenvolvem lesões em MMII e destes, 14 a 24% evoluem para amputação. O pé diabético é considerado uma consequência de infecção, entretanto pode ser prevenido se o portador for capaz de tomar alguns cuidados. Dentre os principais cuidados a serem tomados é importante ressaltar:

– Exame diário dos pés, inclusive entre os dedos;
– Corte de unhas em linha reta, sem deixar pontas e, se necessário, lixar as unhas;
– Uso de meias de algodão sem costura, sem elásticos e preferencialmente claras;
– Verificar pontos com maior calosidade e vermelhidão;
– Avaliar a pisada por meio da Baropodometria Computadorizada na busca de locais de grande depósito de carga;
– Corrigir a pisada por meio de palmilhas de podoposturologia;
– Não andar descalço;
– Proibição da retirada de cutícula;
– Uso proibido de calçados apertados, de bico fino, sandálias abertas de borracha ou plástico, dando preferências ao tênis e calçados que se moldem ao anatomia do pé e não o contrário;
– Lavagem dos pés com água morna, tendendo para fria;
– Secagem cuidadosa dos pés, principalmente entre os dedos, de preferência com tecido de algodão macio;
– Uso proibido de álcool, ou outras substâncias que ressequem a pele;
– Uso de creme hidratante na perna e nos pés, porém, nunca entre os dedos;
– Verificação da parte interna do calçado, antes de vesti-lo, a procura de objeto ou saliência que possa machucar;
– Elevação dos pés e movimento dos dedos para melhora da circulação sanguínea;
– Evitar o uso de bolsa de água quente;
– Evitar exposição ao frio excessivo.

Por Dr. José Lourenço Kutzke

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Dez orientações na escolha de calçados e cuidados dos pés dos idosos

1. Revestimento dos calçados

Alterações vasculares na terceira idade são fatores prejudiciais que podem ser exacerbados ao utilizar calçados apertados. Portanto, dê preferência aos calçados com revestimentos flexíveis que se moldem aos pés;

2. Costura interna jamais

É recomendado calçados sem costura e sem acabamento interno saliente. A pele nos idosos torna-se mais frágil e suscetível a lesões por atrito, podendo gerar sangramento, bolhas e pequenas úlceras na pele;

3. Estrutura anterior ampla

As unhas são estruturas que ao serem comprimidas durante longas caminhadas podem produzir dores e desconfortos. Por isto, o cabedal anterior do calçado deve ser espaçoso na altura, largura e comprimento. Respeite uma sobra de 12 até 15mm da ponta do pé até o final da palmilha;

4. Amortecimento

Os pés na área do calcanhar possuem uma almofada de gordura. Infelizmente esta estrutura anatômica vai reduzindo sua espessura com o decorrer do tempo, expondo assim, o osso calcâneo a maiores intempéries mecânicas e lesões como fascites plantares (inflamação da fáscia plantar) e até mesmo esporão de calcâneo (formação óssea no calcanhar). Portanto, utilize calçados com grande amortecimento, entretanto que não apresentem uma entressola exageradamente alta que possa interferir na estabilidade;

5. Palmilhas anatômicas

Palmilha personalizada para estruturar o arco plantar. O pé é formado ao todo por cinco arcos plantar, sendo o interno o mais visível. No passar dos anos os músculos e demais estruturas responsáveis por sustentar o arco vão perdendo sua capacidade mecânica. Isto posto, o ato de personalizar o calçado é de grande valia por meio de palmilhas de podoposturologia. Sendo assim, compre calçado em que seja possível extrair sua palmilha original e inserir a palmilha personalizada;

6. Estabilidade do calçado

Calçados estáveis também são importantes, pois a falta de controle do centro de gravidade é muito comum nesta fase da vida. O desequilíbrio é gerado por diversos fatores como alterações vestibulares, sendo a labirintite uma delas, fraqueza muscular, déficit de reflexo de proteção e etc. Para isto a escolha de um bom tênis que preze pela amarração e um bom arcabouço posterior de sustentação;

7. Amarração

A amarração pode ser uma ferramenta no auxílio como também pode ser um vilão para os pés. Priorize calçados que possuam cadarços elásticos que se moldem aos pés e que estes tenham um bom comprimento, pois cada pé tem uma amarração específica;

8. Complicações

A formação de Hálux Valgo (joanete) é muito comum na terceira idade, principalmente no sexo feminino. Por isto a largura anterior do calçado, bem como o tecido que reveste com grande flexibilidade são fundamentais para possibilitar o conforto e evitar atrito no local deste problema;

9. Inchaço

Compre o calçado no final do dia , pois neste período os pés estão mais inchados. Desta forma evitam-se compressões nos pés que possam dificultar o retorno venoso;

10. Prevenção

A redução de sensibilidade é comum nos idosos, podendo ser intensificado nos portadores de diabetes. Ou seja, não basta comprar apenas um bom calçado, mas também inspecionar diariamente os pés na prevenção do tão conhecido pé diabético ou demais lesões nos pés.

 

Por Dr. José Lourenço Kutkze

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Bandagem Neuromuscular, uma aplicação preventiva e de tratamento de lesões

Uma das grandes áreas de estudo do meio desportivo é a biomecânica corporal. Atualmente vem sendo abordado pela comunidade científica uma nova linha de pesquisa, conhecida como tensegridade , tens (tensão) e gridade (integridade), portanto consiste na integridade da tensão. Esta ideia vem do principio do equilíbrio de estruturas utilizadas em algumas construções civis, como pontes e torres, compostas por componentes de compressão e tensão que devem estar equilibradas para manterem-se em pé.

A teoria da tensegridade também é utilizada para o corpo humano, denominada de Biotensegridade. No corpo as estruturas de compressão são os ossos e as de tensão são os músculos, tendões e fáscias (membranas que recobrem os músculos). Portando tensão e compressão são princípios físicos diretamente proporcionais, ou  seja quanto maior for o encurtamento de músculos e fáscias maior serão as compressões ósseas e articulares, provocando lesões degenerativas (artroses).

Uma vertente fisioterapêutica para tratar e prevenir lesões musculoesqueléticas nos corredores geradas pelos desequilíbrios estruturais é a aplicação da bandagem neuromuscular. Este tipo de abordagem iniciou na área desportiva, devido a sua praticidade e eficiência e hoje é visto em vários praticantes. Este método possui ação neuromuscular e têm como principais funções ativar e aliviar tensões dos grupamentos musculares, melhorar a circulação linfática e sanguínea, aliviar dores e repor subluxação das articulações.

A técnica auxilia em diversas patologias como fasciites plantares, contraturas musculares, instabilidades do tornozelo e joelho, desalinhamentos patelar, dores na coluna entre outras ações benéficas preventivas

Por Dr. José Lourenço Kutzke

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